Dia 29 de Janeiro 2025, Ursula von der Leyen apresentou, em Bruxelas, aquilo a que chamou de “Bússola para a Competitividade” da economia europeia. Desconhece-se, contudo, se “a bússola” terá sido sujeita a calibração e passado no crivo das normas de certificação, ou seja, se reúne as condições mínimas para ter impacto futuro! (João Abel de Freitas, J Económico)
A Bússola para a Competitividade, embora aproveitando recomendações positivas do relatório Draghi, dando muita ênfase às palavras e frases que empregou, soou a instrumento algo empanado. Há quem refira que se trata de um roteiro. Mas não passou dum roteiro de finalidades vagas, sem apontar os meios e os caminhos de as atingir.
Falta à Bússola da Comissão Europeia um novo modelo de desenvolvimento da economia e consensos em domínios-base como na energia e aprofundamento das componentes do mercado único (...) uma leitura rigorosa do pouco progresso ou talvez fosse mais adequado falar de abandono desse caminho pelos sucessivos responsáveis da União Europeia.
Falta tudo ou quase: modelo económico, vontade política, consensos e dirigentes à altura para tão importante tarefa. Mais uma vez, uma oportunidade adiada e nas condições actuais, a UE acossada por Trump pode vir a enfrentar uma situação difícil.
Termino a pensar em duas ideias criativas avançadas por Enrico Letta, em resposta a Trump: por que não a Europa aproximar-se de Pequim neste contexto?! E porque não hiper-tributar as grandes multinacionais americanas na Europa?
(texto íntegral)